O Brasil é campeão mundial de reciclagem de latas, mais de 90% são recicladas. Além disso, têm as garrafas PET, que quando recicladas, transforma-se em outros produtos como artesanatos e até jeans. Isso sem contar com os metais, vidros e papéis. Mas todo este material é retirado das ruas por pessoas. Apesar da importância para o meio ambiente, elas ainda são discriminadas, são vistos como mendigas, pois a maioria vive em bairros da periferia como o Primeiro de Maio. Entretanto, uma quantidade enorme de pessoas que se sustentam e sustentam suas famílias com esse trabalho, pagam suas contas e constroem suas casas.
Para Jaime, que antes era almoxarife e trabalha há 10 anos com a reciclagem, foi uma opção trabalhar com isto. Além da liberdade de ser autônomo, ele diz que consegue ganhar melhor do que com a profissão anterior, “ É uma área que eu gosto, tive várias propostas de emprego, mas não aceitei. Prefiro mexer com material reciclado, é uma coisa que gosto de fazer”.
Mas nem todos tiveram escolha. Muitos começaram a trabalhar com reciclados por falta de emprego; como Gilson, que já foi pedreiro e drenador e há oito anos trabalha como catador e se orgulha muito da profissão “ Quanto nós reciclamos, estamos ajudando a natureza, porque toneladas de materiais que tiramos da rua não vão poluir o meio ambiente, vamos dizer que não vai estragar mais do que já está”.
Grande parte da população não valoriza o trabalho dos coletores. Mas graças a eles, rios deixam de ser contaminados e matérias-primas são reaproveitadas. Eles incentivam a reciclagem e a separação do lixo. Além disso, encaram o trabalho como um valor cultural positivo e de grande importância para a preservação do meio ambiente. Estão diariamente defendendo seu sustento, faça chuva ou sol, percorrendo sem rumo atrás dos materiais recicláveis nas ruas da Grande Vitória e por isso, merecem respeito como qualquer outro trabalhador. “Não somos ladrões, nem andarilhos, somos trabalhadores” completa Jaime.
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